Preço do combustível será mantido, diz Gabrielli
No que depender da vontade da direção da Petrobras, os preços da
gasolina e do óleo diesel serão mantidos, pelo menos por enquanto. Ao
contrário do que teriam dito integrantes do governo, não há previsão de
redução nos preços dos combustíveis. O presidente da estatal, José
Sérgio Gabrielli, disse que "quem dita uma possível redução é o preço
no mercado externo".
As cotações do petróleo voltaram a subir nas últimas semanas, com o
barril na casa dos US$ 50. Mas antes da retomada, meses antes da crise,
os valores despencaram, de quase US$ 150 para menos de US$ 40. E a
Petrobras vem enfrentando críticas de transportadores por manter o
preço do diesel, o combustível mais importante para a economia. "Não
vendemos diesel para caminhoneiros, mas sim para distribuidoras",
respondeu. E disse que ainda é cedo para avaliar se os preços vão subir
ou recuar no curto prazo, mas sinalizou que prevê estabilidade.
Indagado há um mês sobre os preços dos combustíveis, o presidente Lula
deu a entender que a decisão era da Petrobras.
Gabrielli voltou a afirmar que a companhia não altera o preço dos
derivados na mesma velocidade das mudanças do mercado internacional. E
lembrou que a empresa demorou para ajustar os preços quando as cotações
dispararam no exterior. O executivo confirmou que a venda de derivados
cresceu 0,4% em março, depois de uma retração de 2,6% nos dois meses
anteriores.
Descoberta
Sobre a enxurrada de descobertas no pré-sal nos últimos dias,
Gabrielli disse os indícios de hidrocarbonetos em mais uma área do
BM-S-9 confirma o potencial da região. O bloco também abrange
reservatórios em localidades batizadas de Carioca e Guará. O novo campo
será chamado de Iguaçu. Segundo declarações passadas da Agência
Nacional do Petróleo (ANP), o potencial do cluster de Santos chega a 50
bilhões de barris.
O executivo disse que só será possível contabilizar o volume de
novas reservas após a perfuração de mais poços. Os reservatórios estão
situados a cerca de 4,9 mil metros de profundidade. "Vamos iniciar a
perfuração de um quarto poço e esperamos que, a partir daí, tenhamos
condições de adiantar volumes. Ela apenas confirma as tendências e
perspectivas positivas de desenvolvimento da produção na região". Em
palestra fechada para a imprensa, o Gabrielli disse que a definição de
um novo marco regulatório não fará muita diferença para a empresa nos
próximos cinco anos.
Superávit
